A Câmara Municipal de Olímpia realizou na noite desta terça-feira (18) o ato solene de entrega da Medalha Professor José Santana ao líder comunitário Flávio Crepaldi Vicente, por iniciativa do vereador Sandro Pires. A homenagem foi aprovada por unanimidade pelos 13 vereadores e reuniu representantes maçônicos, paramaçônicos, militares e civis ligados à trajetória de quase três décadas do homenageado na formação de crianças e jovens.

O plenário recebeu público expressivo e a mesa de honra, ampliada especialmente para a cerimônia, foi composta pelo vereador proponente Sandro Pires; pelo major Alessandro Roberto Righetti, subcomandante do 33º BPM/I; por José Antonio Mazer, venerável mestre da Loja Fraternidade Olimpiense; por João Magro, representante do Grande Oriente Paulista; pelo irmão Vivaldo Mendes, da Secretaria de Educação e Cultura do GOP; por Adriano Galindo, da Loja Cássia Olimpiense; por Rafael Bertoldo, mestre conselheiro do Capítulo 117 da Ordem DeMolay; e por Isadora Marcuso, representante das Filhas de Jó. Também foi convidado a compor a mesa o comandante cavaleiro Matheus Bighi, completando o protocolar de autoridades diretamente relacionadas às ordens juvenis homenageadas.

Após a execução dos hinos, Vivaldo Mendes realizou a leitura de Provérbios 11:24-25, destacando o caráter da generosidade como valor que retorna a quem o pratica, preparando o ambiente para as falas subsequentes.

O primeiro pronunciamento foi do vereador Sandro Pires, que afirmou que a Câmara reconhecia um cidadão cuja história “ultrapassa cargos, funções e títulos”. Em sua fala, ele observou que cada gesto e decisão de Flávio sempre esteve orientado pela noção de servir à comunidade como propósito de vida, mencionando que o impacto do trabalho voluntário do homenageado se reflete diretamente na formação de jovens que hoje atuam em diversas áreas. Para Sandro, a medalha simboliza “o respeito, a gratidão e a certeza de que a contribuição continuará ecoando por muitos anos”.

Na sequência, falou o venerável mestre José Antonio Mazer, que apresentou uma análise da função social das ordens paramaçônicas na formação ética, cívica e fraterna de crianças e adolescentes. Ele destacou que instituições como a Ordem DeMolay, Filhas de Jó e Escudeiros dependem de mentores que dediquem tempo, conhecimento e atenção aos jovens. Mazer afirmou que Flávio se tornou esse referencial, descrevendo-o como alguém que “não apenas acompanha; inspira. Não apenas orienta; serve. Não apenas cumpre uma função; vive um propósito”. Para ele, o reconhecimento legislativo reforça o papel das instituições juvenis e evidencia o trabalho silencioso que transforma realidades.

O orador seguinte foi João Magro, representante do Grande Oriente Paulista, que ampliou os registros históricos do trabalho de Flávio. Ele lembrou que o homenageado está há quase 30 anos simultaneamente na maçonaria e no voluntariado com as ordens juvenis, destacando que ambos os caminhos se fortaleceram de forma paralela. Magro afirmou que as ordens DeMolay e Filhas de Jó funcionam como verdadeiras escolas de civismo e responsabilidade, onde meninos e meninas aprendem valores essenciais para a vida em comunidade. Para ele, Flávio tornou-se um exemplo sólido que atravessou gerações de jovens integrantes das ordens e cuja influência se reflete no caráter e na postura de muitos deles na vida adulta.

Na parte audiovisual, a sessão exibiu primeiro um vídeo motivacional e, em seguida, o depoimento de Yuri Vicente, filho do homenageado. Yuri relatou sua própria jornada pela Ordem DeMolay, recordando ações filantrópicas, trabalhos sociais e o impacto dessas atividades na construção da empatia e da compreensão das realidades sociais. Ele ressaltou que o pai sempre esteve presente em todas as ações, oferecendo orientação e apoio aos jovens de Olímpia e de outras cidades. Yuri disse que o voluntariado é “a coisa que ele mais gosta de fazer”, destacando que o reconhecimento público é importante porque evidencia o alcance social do trabalho das ordens paramaçônicas.

Outro vídeo apresentou ações recentes das instituições juvenis, incluindo doações a creches, campanhas em favor do Abrigo São José, coleta de lacres para o Hospital de Amor, entrega de kits e brinquedos a crianças, além de iniciativas ambientais e atividades com o HB Saúde. As imagens reforçaram a dimensão prática do trabalho voluntário que marcou a trajetória do homenageado.

Convidado ao centro do plenário, Flávio recebeu o Decreto Legislativo nº 661/2025 e a Medalha Professor José Santana das mãos do vereador Sandro Pires. Em seguida, realizou seu pronunciamento, iniciando com a justificativa da ausência da família devido ao estado de saúde de sua mãe, internada na Santa Casa.

Flávio narrou que sua relação com as ordens juvenis começou quando buscava referências para educar o filho recém-nascido e participou de uma reunião da Ordem DeMolay que lhe apresentou os valores representados pelas sete velas: amor filial, reverência às coisas sagradas, cortesia, companheirismo, fidelidade, pureza e patriotismo. Ele afirmou que aquele encontro determinou sua caminhada pelas quase três décadas seguintes.

Em seu relato, Flávio destacou a fundação e o fortalecimento do Capítulo DeMolay de Olímpia, da Ordem Filhas de Jó, do Castelo dos Escudeiros e da Colmeia das Abelinhas. Explicou que todas essas instituições realizam ações filantrópicas constantes, apoiando escolas, creches, hospitais e entidades assistenciais. Ele citou ainda a tradicional “Porcada DeMolay”, criada por ele, como exemplo de atividade que mobiliza jovens em torno da solidariedade.

Ao mencionar os frutos desse trabalho, Flávio listou ex-integrantes das ordens que hoje atuam como médicos, advogados, professores, fisioterapeutas, militares, profissionais liberais e até autoridades públicas. Entre os nomes mencionados, lembrou advogados, arquitetos e médicos formados após passarem pela Ordem DeMolay, além de destacar que o atual prefeito de Olímpia, Geninho Zuliani, esteve entre os fundadores da instituição local.

Flávio encerrou agradecendo aos vereadores pela homenagem, afirmando que o reconhecimento funciona como estímulo para seguir dedicando tempo aos jovens. Recordou uma frase dita por um irmão maçom já falecido, que dizia que “a quantidade de tijolos de amor acumulada ao longo da vida dá para construir um grande castelo”, frase que ele disse carregar como símbolo do sentido de sua missão.

Após o encerramento oficial, os presentes foram convidados a descer ao plenário para a foto oficial da noite, seguida pelo registro coletivo com o público.