Charles, Barrera e Hial rebatem fala de secretário de Rio Preto sobre "dependência de Olímpia"

Na sessão desta noite de segunda-feira (1º) da Câmara Municipal da Estância Turística de Olímpia, os vereadores ocuparam a tribuna para apresentar projetos, cobrar providências, prestar homenagens e também reagir a declarações externas que provocaram forte repercussão na cidade. A noite foi marcada por discursos que refletiram diferentes preocupações da Casa, desde ações sociais e esportivas até defesa da autonomia do município devido à uma ‘fala infeliz’ de um secretário do prefeito Coronel Cândido, de Rio Preto.

O primeiro a usar a palavra foi Charles Amaral Ferreira, que apresentou um projeto de lei criando o Programa de Mobilidade e Vida (Promove), voltado à formação de um banco de empréstimos de cadeiras de rodas, andadores, muletas e camas hospitalares. O vereador ressaltou que muitas famílias deixam a UPA ou a Santa Casa precisando desses equipamentos e não têm condições de arcar com aluguel. Ele explicou que o objetivo é centralizar doações e parcerias com instituições como Rotary e lojas maçônicas, de forma que o poder público gerencie a distribuição. “Não é aceitável que pessoas em situação de vulnerabilidade tenham de recorrer a pedidos em redes sociais para conseguir uma cadeira de rodas. É papel do poder público organizar esse atendimento”, afirmou. Charles também pediu apoio dos colegas para que cada vereador destine emendas que permitam a compra dos equipamentos.

Charles também pediu apoio dos colegas para que cada vereador destine emendas que permitam a compra dos equipamentos. Charles Amaral também se manifestou sobre a declaração do secretário de São José do Rio Preto. Na tribuna, ele afirmou ter se indignado com a fala de que Olímpia não sobreviveria sem a cidade vizinha e disse esperar uma retratação: “Discordo veementemente dessa fala. Olímpia tem sua força própria e não depende de ninguém para caminhar. Estou aguardando um pedido de desculpas e uma retratação do secretário.”

Em seguida, Fernando Roberto da Silva, o Fernandinho, lembrou que 1º de setembro é o Dia do Educador Físico e parabenizou os profissionais da área. Ele destacou conquistas de atletas da equipe de karatê de Olímpia em Uberlândia, que garantiram classificação para a fase nacional em João Pessoa e no Rio de Janeiro. Para ele, os resultados são reflexo da dedicação de técnicos e atletas. O vereador ainda comentou a homenagem prestada na semana anterior aos funcionários da cultura, responsáveis pela realização do Festival do Folclore. “O festival não são apenas os dez dias de apresentações. É quase um ano de trabalho. A homenagem foi justa e necessária para quem está nos bastidores”, disse.

O terceiro orador foi Luciano Ferreira, que defendeu a criação de uma farmácia social para receber doações de medicamentos ainda dentro do prazo de validade e distribuí-los a famílias de baixa renda. Segundo ele, muitas vezes os remédios são desperdiçados em casa enquanto faltam nos postos de saúde. “Seria uma forma de aproveitar o que seria jogado fora e destinar a quem precisa. Isso salvaria vidas”, argumentou. O vereador também voltou a pedir mais apoio às iniciativas esportivas que mantém há mais de duas décadas. “Nunca cobrei um real das crianças, mas ainda falta reconhecimento e ajuda. É frustrante ver projetos que afastam jovens das ruas ficarem sem o respaldo adequado”, desabafou.

Lucimara Batista, conhecida como Lucimara do Povão, pediu maior participação popular nas sessões e reforçou cobranças por melhorias no trânsito, como instalação de lombadas em pontos críticos. Para ela, é fundamental que a população acompanhe de perto o trabalho legislativo. “Não adianta só votar no vereador e depois esquecer. É preciso acompanhar e cobrar, porque esta é a casa do povo”, disse. Ela também parabenizou o colega Charles pela iniciativa do banco de empréstimos, lembrando que sempre ajudou a transportar cadeiras de rodas e muletas para quem precisava, mesmo antes de assumir o mandato.

Na sequência, Luiz Antonio Moreira Salata tratou de temas ambientais e de saúde. Ele relatou visita ao médico José Carlos Ferraz, defensor da preservação das abelhas silvestres, e citou leis aprovadas recentemente que criam áreas verdes atrativas para esses polinizadores e autorizam a instalação de meliponários. Salata destacou ainda projeto de sua autoria para criação do programa Caminhos da Mente e Inteligência Emocional para a Vida, voltado ao ambiente escolar. “Vivemos um momento de muitos distúrbios emocionais. É preciso atuar na prevenção e no acolhimento, principalmente entre jovens e profissionais da educação. A saúde mental é uma questão urgente”, afirmou.

O vereador Otávio Hial utilizou a tribuna para criticar declarações do secretário de Planejamento de São José do Rio Preto, que havia afirmado que Olímpia não sobreviveria sem a cidade vizinha. Ele repudiou a fala e defendeu a autonomia da Estância. “Olímpia é próspera, reconhecida em todo o país e não depende de ninguém para existir. O aeroporto está em nosso território e será de Olímpia”, frisou.

O discurso foi reforçado por Renato Barrera Sobrinho, o Sargento Barrera, que também condenou a declaração. Segundo ele, a manifestação do secretário desrespeitou não apenas os moradores, mas também os empresários locais que impulsionam o desenvolvimento. “O senhor ofendeu quem faz Olímpia caminhar. O mínimo que se espera é uma retratação pública à altura da ofensa”, afirmou.

O presidente da Câmara, Flávio Olmos, encerrou os discursos individuais com a proposta de alterar o nome da avenida dos Olimpienses para avenida José Kioshi Iquegami, em homenagem ao fundador da rede de supermercados da família Iquegami. “Trata-se de um reconhecimento a quem iniciou, em 1965, uma pequena mercearia e transformou o negócio em uma das principais redes varejistas da região, gerando emprego e renda há décadas”, justificou.

No tempo destinado à liderança do prefeito, Charles Amaral voltou à tribuna para defender projeto do Executivo que regulamenta convênios com empresas privadas em ações de prevenção e combate a incêndios. Ele lembrou que no ano passado a cidade enfrentou um grande incêndio, quando faltou coordenação entre as forças públicas. “Esse projeto busca integrar brigadistas das empresas privadas ao plano municipal, para que a resposta seja mais rápida e eficaz em caso de calamidade”, explicou.